Um pulo na Áustria

No momento estou em Bratislava, num bar em que estou esperando o meu host do couch surfing. História engraçada: chego em Bratislava e mando uma mensagem para meu host e ele não me responde, então decido ir diretamente para o endereço que ele me passou. Quando chego vejo que é uma bar, então ligo para ele e percebo que estou com seu numero errado. Pergunto para o dono do bar (que não fala inglês) o endereço, e ele fala que o bar é o endereço que estou procurando. Ficamos numa situação confusa, então ele pega o computador para conseguirmos nos comunicar. Nisso pego o telefone certo do meu host resolvo a situação e posso conversar um pouco com o dono do bar que deixou eu ficar aqui (e usar o computador) enquanto espero o host.

A viagem em números:
Dias: 49 - Km percorridos: 3050- Velocidade Máxima: 60,75 km/h - Euros gastos: 310,60 - Furos em câmaras: 11

                               Típico almoço na estrada

Dei uma passada rápida pela Áustria, de seis dias, dos quais cinco fiquei em Viena. Viena foi uma cidade que me encantou!, até agora talvez a capital que mais gostei da Europa. É uma cidade que tem seu centro histórico lindo (foi a capital do império Austro-hungaro) e claro bem turístico, mas não tanto quanto Praga ou outras capitais. Mesmo sendo uma capital é relativamente pequena (1,8 milhões - eu acho), onde tudo funciona e existem ciclovias ou ciclo-faixas por toda a cidade. Ao mesmo tempo possui diversos parques e o Danúbio corta a cidade, e podemos até nadar no Rio! Tive nessa cidade uma impressão parecida com a que tive em Berlim, de ser uma cidade bem viva, com diversas coisas culturais acontecendo por toda parte e existindo uma certa efervescência.

Em Viena fiquei na casa de Sophie a "irmã" austriaca da minha prima Laura (que fez um intercâmbio na Áustria, ficando na casa da família de Sophie). Foi de grande sorte ficar na casa de Sophie, pois ela também é uma apaixonada por bicicletas e tinha acabado de voltar de uma viagem de quatro semanas  de bike que fez com seu namorado até a França. Por isso tivemos ótimas conversas sobre bicis e diversos outros temas.

                                                 Ciclovia no Danúbio

Saindo de Viena, seguindo para Bratislava numa ciclovia ao longo do Danúbio fiz uma parada em Oberhausen, um pequeno vilarejo a 40 km de Viena. Nesse vilarejo fiquei na casa de Markus e sua família, que tinha encontrado na Republica Tcheca, numa ciclovia. Estava indo numa direçao e eles (Markus, Helena e Clara - sua filha de dois anos) na outra. Pararam para me avisar que tinha uma grande subida na direcao que eu estava indo e começamos a conversar, contei da viagem que estava fazendo e Markus falou da viagem que fez em 1993 saindo da Áustria, indo para a Eslováquia, depois Roménia, Bulgária e Grécia de bike. Deixou o seu cartão comigo e falou para visita-los quando estivesse na Áustria. E foi o que fiz. Foi muito bacana o fim de tarde e noite que passei com eles, pois Markus me levou no pequeno castelo que a família dele possui parte, depois tivemos um delicioso jantar - sopa de abóbora, pães e diversos queijos, tudo orgânicos, já que Markus trabalha com produtos orgânicos. No final da noite Markus me mostrou os mapas que usou na sua viagem em 1993 e slides (fazia muito tempo que não via slides, ótimo jeito de ver fotos!). Ver como foi sua viagem em 1993 foi muito legal, e me deu mais vontade de ir para o leste e o interior do leste.

                Eu e Markus e nossas bikes (essa é a bike que ele usou na sua viagem em 1993)

Nesse momento da minha viagem sinto que tenho uma enorme liberdade. Isso se da principalmente devido ao fato de ter bastante tempo - simplesmente porque calculei errado o tempo que levaria para chegar em Bucareste (que no final foi uma otima surpresa) - o fato de estar sozinho e de estar de bicicleta. Esse pulo em Viena é resultado dessa liberdade, pois quando tinha traçado meu trajeto inicialmente não pensava em passar em Viena.

É muito boa essa sensação de liberdade que tenho, pois o meu futuro é completamente incerto, na maioria dos dias não sei onde vou dormir e nem sei com o que vou me deparar nos próximos kilometros. Diferentemente da vida paulistana, onde tinha a impressão de sempre ter diversas coisas para fazer e estar sempre atrasado para algo, agora tenho tempo para perder. Assim, estando de bicicleta, meio de transporte que permite desvios e paradas inesperados e sozinho posso a cada momento mudar desde o local onde pretendo almoçar, até o meu trajeto. Portanto é muito diferente essa maneira de viajar, onde não tenho nada planeado e certo, e com certeza é algo que estou apreciando bastante!

Depois de Bratislava não sei se vou para em algum outro lugar na Eslováquia ou se vou direto para Budapeste, tenho que conversar com alguns Eslovacos para ter uma ideia melhor.

É isso, abraços e até a próxima!