quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Feliz Dia Mundial sem Carro!

Opa!

Feliz dia mundial sem carro! Agora estou em Cluj Napoca na casa de Timi e Boti que me acolheram via couchsurfing, e acabo de voltar da bicicletada/massa critica local! Foi bem gostoso participar da uma massa crítica de novo, pois desde Paris não ia em uma e o dia mundial sem carro mais do que merecia uma bicicletada (essa foi uma das razoes que resolvi para em Cluj).
                                            Bicicletada
A viagem em números:
Dias: 65- Km percorridos: 3852 - Velocidade Máxima: 60,75 km/h - Euros gastos: 377,15 - Furos em câmaras: 17

Bom, depois de Budapeste passei alguns dias em Albertirsa - cidade de dez mil habitantes, que fica 55km de Budapeste (80km se vc esta indo de bicicleta) - no esquema de WWOOF. WWOOF significa World Wide Opportunyities on Organic Farms (http://www.wwoof.org), onde a ideia principal é que voluntários se disponham a trabalhar em fazendas orgânicas em troca de acomodação, comida e conhecimento sobre a agricultura orgânica. Porém acredito que a experiência é completamente diferente de uma fazenda para outra, em alguns casos você realmente vive com a família e em sua casa, e em outros fica em dormitórios com outros wwoofers.

No meu caso eu fiquei na casa da família Koparny e durante a maior parte do tempo que estive lá, um holandês que mora em Luxemburgo estava lá. A família era composta por três filhos: Michi de 12 anos, Yuri de 17 anos e Juli de 18 anos, Suzana - a mãe -  e Csaba - o pai. Foi uma experiência muito legal, em diversos aspectos. Primeiro que pude vivenciar a vida de uma "típica família" húngara e seu cotidiano, e mais do que isso, participei dessa vida, então me senti como parte da família. Outra coisa que foi muito legal foi trabalhar na fazenda: eles tinham principalmente árvores frutíferas - muitos pêssegos, macas e uvas. Trabalhei no solo Húngaro - muito seco, quase areia - com a enxada, arado e colhendo frutas, o que foi bem interessante pois é outro meio de conhecer um país, já que não sou mais apenas um "observador", mas estou realmente tocando e mexendo na terra. Durante meu trabalho na fazenda aprendi uma coisa ou outra sobre plantações e plantas, que espero que venham a ser úteis no futuro. Além disso, foi bacana passar um tempo em uma cidade no interior da Hungria, nada turística e realmente calma. Um último ponto que merece destaque dessa minha experiência é a comida: tanto Suzana, quanto Juli adoravam cozinhar, e Juli principalmente adorava assar pães, e bolos e etc, então foram dias de comidas muito boas (e vegetarianas, já que toda a família é vegetariana)!
                                                 Juli e Csaba (de bike!)

Depois disso comecei a rumar para a Romênia, meu último país na Europa (no trajeto de ida)! Estava certo que no meu segundo dia de pedal cruzaria a fronteira, pois pelo mapa que tinha a distancia era possível. Porém a Romênia não faz parte do espaço schengen - acordo entre países da União Européia onde a circulação de pessoas é livre - e a fronteira que estava rumando estava fechado. Assim, quando estava a 10km da fronteira fui parado pela polícia que me explicou que eu teria que fazer mais 35km para chegar na fronteira certa, e foi uma situação engraçada pois os policias não falavam inglês (e muito menos francês) e portanto não entendiam nada do meu passaporte e menos ainda da extensão do meu visto de estudante em francês. Além disso ficaram um tanto quanto surpreso com meu visto iraniano! Mas no final, depois de uma hora e meia de "conversa", tudo se resolveu. Os policiais em si eram bem simpáticos e até tentaram arranjar um lugar para eu dormir nessa noite, que não deu certo. Mas felizmente no vilarejo mais próximo Csaba, Emma e János me acolheram em sua casa onde pude tomar um banho, jantar e tomar um bom café da manha no dia seguinte!
                                              Na estrada

Passando a fronteira da Romênia vejo uma grande diferença! Agora a mudança - em termos culturais, de infra-estrutura, etc - foi muito mais abrupta. Estive na estrada por dois dias nesse país e foi um pedal muito desgastante, porém muito interessante também. Foi muito desgastante pois peguei muito vento contra, o que faz o pedal não render e o tempo extremamente seco também contribuiu bastante para o cansaço. Porém foi interessante pois coisas inesperadas aconteceram: estou em uma subida e enquanto diversos caminhões me ultrapassam, uma senhora vem na minha direção conduzindo uma vaca; ou vejo diversos carros de boi na estrada (uma das estradas principais do país); e o mais curioso ocorreu em um almoço. Sai da estrada principal - que alias não é nem um pouco agradável para pedalar, pois caminhões vem buzinando te obrigando a ir para a terra ao lado do asfalto - para almoçar, e um homem de bicicleta vem na minha direção, para a bicicleta tira a carteira e me da três Leus e fala algo em romeno, que apenas posso entender "bicicleti" e vai embora. Simplesmente resolveu me dar dinheiro pois viu que eu era um viajante de bicicleta, não importa da onde vinha, nem para onde estava indo, mas ele só quis me ajudar. E ajudou bastante, pois foi num momento onde estava muito cansado física e mentalmente, então seu gesto foi muito importante.
                                             Paisagem típica da Romênia

Depois de Cluj rumo para Bucareste onde vou pegar meu avião para Geórgia! No caminho acredito que vou passar por locais de natureza bem bonitos, pois Boti conhece bem a região e me deu belas dicas de estradas e cidades por onde devo passar.

É isso ai, abraços!

Um comentário:

  1. E ai tommy, finalmente tirei um tempo pra comentar aqui.
    Vejo que como imaginado muita coisa está acontecendo, a todo momento. Meu, não acredito que teve uma experiência WOOF, deve ter sido demais, ainda mais na hungria que deve ser um país muito peculiar. Brevemente vou adotar um dias seu, depois te contato pra isso.
    Boa sorte nas suas aventuras mon pote.
    À Bientôt

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