domingo, 22 de janeiro de 2012

Pequenos países nos grandes Balcãs!

Opa!

Cheguei na Croácia ontem, ou seja depois do ultimo post estive na Macedónia, na Albânia e no Montenegro. Agora estou no albergue do Toni, um croata que para os Couchsurfers faz de graça seu albergue, o que foi muito bom para mim pois estava precisando arrumar todas as minhas coisas. Estou em Dubrovnik uma cidade onde o centro antigo e´ tombado pela UNESCO, pois e´  uma linda fortaleza muito bem conservada!
                                          Dubrovnik
A viagem em números:
Dias: 187 - Km percorridos: 9682 - Velocidade Máxima: 77,85 km/h - Euros gastos: 1142,21 - Furos em câmaras: 56

Saindo da Grécia e entrando na Macedónia passei novamente por duas grandes mudanças: primeiro que senti que sai novamente da cultura europeia para entrar realmente nos Balcãs e segundo por questões climáticas, já que passei por momentos de muita neve e um bom frio! As estradas que peguei no meu ultimo dia de Grécia e em todos os dias da Macedónia eram estradas em que por todos os lados só´ se via branco, com paredes de neve chegando a mais de um metro ao lado da estrada. Na maior parte do tempo a estrada estava limpa, porem passei por algumas subidas em que o sol não batia assim, possuía muito gelo na estrada e fui obrigado a empurrar a bike já que os pneus estavam girando em falso. Porem felizmente não nevou em nenhum momento, logo me mantive seco o tempo inteiro.
                                        É branco para todos os lados!


Passei alguns dias em Bitola a segunda maior cidade da Macedónia e tive bons encontros em Ohrid uma das cidades mais turísticas desse pais que possui um lago maravilho e muito especial. Macedónia é um dos menores países dos Balcãs e possui diversas questões politicas, já que alguns países não reconhecem a Macedónia como um pais. Isso faz com que seu povo se sinta muito nacionalista e orgulhoso de seu pais, que anos atrás possuía muito mais terra do que hoje e que agrava esse nacionalismo. Outro fato curioso desse pais e´ que mesmo sendo pequeno existem diversos povos e minorias (como albaneses, turcos, entre outros) vivendo em seu território o que traz uma mistura interessante, visível em Bitola por exemplo pois podemos ouvir os sinos das igrejas (tendo igrejas ortodoxas e católicas – mas a maioria do pais é ortodoxo) ao mesmo tempo que ouvimos o adhan (chamado para a oração) nos auto falantes das mesquitas.

A principio não pretendia parar em Ohrid, já que tinha um local para dormir em Struga (cidade a uns 15km de Ohrid), porem como estava com um bom tempo resolvi ir almoçar na beira do lago. Estava caminhando em direcao ao lago quando um homem - славко мариин – vem falar comigo e me diz que a dez anos atrás viajou o mundo de bicicleta. Eu disse que estava muito interessado em ouvir suas historias e ele foi comprar uma garrafa de vinho para tomarmos enquanto almocavamos. Ele me levou ate´ um lindo local na beira do rio onde preparou uma mesa para comermos. Esse foi sem duvida um dos encontros mais inesperados e interessantes de toda a viagem! славко мариин e´ um filosofo, cristão que viajou o mundo sem dinheiro, na base da esmola. Tivemos uma longa conversa sobre religião, misturada com ciência, os homens, o quanto esse lago que estávamos era especial e diversos outros assuntos. Encontro que me deixou com muita coisa para pensar.
                                            славко мариин, o vinho e o lago

Me despeço do filosofo e estou com minha bicicleta quando um outro local vem falar comigo e me diz que um francês com uma bicicleta igual a minha acabou de alugar um dos sues apartamentos, então ele me leva até o apartamento. La esta Nicolas Vanrietvelde que esta fazendo uma viagem de Paris até Hanoi de bike! Esta a dois meses na estrada e terá um bom inverno para enfrentar. Resolvi dividir com ele o apartamento por essa noite, assim pudemos passar um bom tempo conversando e trocando historias de viagem, mapas e rotas. Aqui o blog do Nicolas: http://transeurasie.wordpress.com/ . Um dia de belos encontros!

Depois disso entro na Albânia, onde a fronteira fica no topo de uma montanha, e assim que desço a montanha pelo lado albanes a neve desaparece! A Albânia é um país muito interessante, o pais mais pobre da região, muçulmano (mesmo que a grande maioria da população não seja praticante), extremamente rural e com uma historia recente muito forte pois esteve fechado em uma ditadura comunista para todo mundo até 1991, assim seu povo na esta acostumado com estrangeiros e são muito hospitaleiros e simpáticos!
                                         Senhor que me deu caquis


Nesse pais conhecia a cidade de Elbasan, onde fiquei uma noite na casa de Eduard (couchsurfing) e sua família. Foi uma experiência muito bacana pois Eduard pode me explicar muito bem, a historia e a situação atual do seu pais, e pude ver como era sua casa e sua família, um bom exemplo da típica vida albanesa. Depois passei 2 dias em Tirana, que é a capital do país com seus 350 mil habitantes, ou seja é uma mistura do pólo económico com grandes prédios, restaurantes e vida nocturna, mas ao mesmo tempo podemos ver vacas e galinhas, e jardins em algumas casas. O povo albanês foi muito simpático comigo, me dando diversos caquis (deliciosos), me pagando almoço em restaurante e na minha ultima noite fui acolhido por Iliri e sua família. Iliri fala italiano (como a maior parte dos albaneses), assim foi possível conversar com ele. Uma vida muito dura que levava, com sua mulher e seus três filhos, sem emprego no seu pais, tendo que viajar para a Grécia ou para a Bélgica para encontrar algo, porem foi muito bom comigo, e ambos ficamos muito felizes com nosso encontro.
                                           As montanhas albanesas

Assim entro em Montenegro. Pais muito lindo, e com um bom turismo, e que acabei conhecendo bem, pois fiz um grande desvio e conheci suas montanhas (devo ressaltar que todos os países que estive até agora dos Balcãs são países com muitas montanhas, duras e lindas!), seu litoral e dois de seus belos lagos. Fiz esse grande desvio pois tive mais um lindo encontro, quando estava em Tirana recebo um ligação muito gozada que foi mais ou menos assim: ˝alo Tomaz, aqui é o Fontes, a gente deveria ser amigos mas não somos˝. Fontes é um brasileiro que também esta fazendo uma viagem de bicicleta de Barcelona até Atenas. Combinamos de nos encontrar em Kotor, uma bela cidade na costa, assim acampamos juntos e eu resolvo seguir um dia de viagem com ele, mesmo sendo na direcao oposta a que eu deveria estar indo, pois estava muito contente desse encontro com outro brasileiro apaixonado por bikes e com muito em comum! Assim passamos um bom dia de pedal juntos – atravessando um bela montanha – mas com um otimo papo ate Podgorica a capital do país. Em teoria tínhamos 3 opcoes de couchsurfing para ficar, mas no final nenhuma funcionou então por sorte um senhor deixo que nos dormíssemos em um quarto que tinha no fundo de suas casa. Mais um lindo encontro na minha viagem!
                                          Montenegro e sua linda costa recortada
                                       Fontes e eu na entrada de Podgorica

Meu ultimo dia no Montenegro foi um dia complicado. Peguei boas chuvas durante o dia inteiro, tive uma câmara furada e quando paro montar acampamento já esta anoitecendo e a chuva começa de novo então paro no primeiro campo e monto minha barraca debaixo da chuva molhando tudo. Até esse momento sem nenhum grande problema, apenas mais um dia de chuva na viagem, porem no meio da noite, quando já estou dormindo a chuva se transforma em uma forte tempestade, com muita chuva, muitos raios, mas o pior era o vento, muito vento. A principio acordo com o barulho e fico esperando a tempestade passar, pois dormir era impossível devido as condicoes, porem depois de algumas fortes rajadas de vento a barraca não aguenta e se solta da chão, ou seja, a única coisa que esta segurando ela no chão é o peso do meu corpo, mas ela esta completamente sem forma e a chuva esta entrando por todos os lados. Arrumo tudo como posso, no escuro e debaixo d'água, vejo meu capacete voando a 200 metros da barraca então tenho que correr para apanha-lo, atravesso um lamesal para voltar para estrada e por sorte a 500 metros de distancia existia um motel! Termino minha noite num quarto desse motel.

Agora tenho toda a Croácia para atravessar, se tiver tempo passar na Eslovénia, depois Itália, Franca e chego em Paris! Pois é o numero de países que tenho que atravessar esta cada vez menor!

Até a próxima e abraços!

Um comentário:

  1. Abracos, irmao! Cheguei em Atenas, espero sua volta para o Brasil para um novo pedal em conjunto. Uma honra te conhecer!

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