quinta-feira, 23 de junho de 2011

David Byrne Na FLIP

Aproveitando esse espaço para discutir o tema da bicicleta como meio de locomoção coloco a entrevista do David Byrne sobre o tema que saiu na folha.

Bicicleta é rejeição a status, diz David Byrne em entrevista

FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO
O David Byrne que vem para Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) só cantará no chuveiro.
Quem diz é o próprio, em entrevista à Folha. Apesar de ser mais conhecido aqui por sua música, desde que liderou a banda Talking Heads nos anos 70/80, e por sua relação intensa com o Brasil (revigorou Tom Zé e Mutantes), o tema de sua nova visita é bicicleta, ou o seu espaço na cidade.
Autor de "Diários de Bicicleta" (R$ 49, 336 págs.), lançado no Brasil no fim de 2009 pelo selo Amarilys, da editora Manole, o escocês radicado em Nova York, 59 anos, estará no último dia da Flip (10/7, às 11h45). Na mesa "Tour dos Trópicos", debaterá com o especialista em transporte urbano Eduardo Vasconcellos.
No dia 12, estará em São Paulo para discutir mobilidade urbana no Sesc Pinheiros.
A morte do empresário Antonio Bertolucci, atingido por um ônibus enquanto pedalava em São Paulo, ocorreu após o envio das questões por escrito (foi encaminhada depois uma questão adicional, que Byrne não respondeu).
Mas ele falou sobre a raiva descontrolada por trás de casos como o do motorista que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre. Disse que também se irrita com atitudes de ciclistas. "Mas nem por isso os atropelo!"
O artista, que já desenhou suportes para bicicletas que hoje estão espalhados por Nova York, conta que não levará um modelo dobrável a Paraty, como costuma fazer nas viagens.
"As companhias aéreas estão muito rigorosas. Mas com sorte consigo alugar uma e dar umas voltas pelo litoral."
Folha - O título "Diários de Bicicleta" remete aos "Diários de Motocicleta" de Che Guevara. É uma maneira de dizer que cicloativismo é uma forma de guerrilha?
David Byrne - O titulo tem um pouco de brincadeira, também --a bicicleta é consideravelmente menos macho que uma moto, mesmo uma caindo aos pedaços como era a dele [Che].
Se é uma forma de ativismo? Sim, da forma mais profunda possível. Representa, para mim, uma decisão silenciosa de ter uma vida mais humana diante de um mundo que frequentemente nos seduz com o oposto --progresso e novidade que temos de comprar. É também uma rejeição de status --o que torna isso quase antidarwiniano.
Como o cicloativismo pode mudar a realidade?
É um pequeno passo. Como alguém que decide não comer carne em toda refeição. Muito pequeno, mas que funciona. Não calculei quanto economizei ao abrir mão de um carro, mas desconfio que foi bastante, especialmente aqui em Nova York.
Embora você tenha estado várias vezes no Brasil e tenha uma relação forte com o país, não há nenhum capítulo brasileiro nos seus "Diários de Bicicleta". Por quê?
Não pedalei muito [no Brasil] --uma vez em São Paulo, um pouco no Rio, uma vez na Bahia. Poderia ter exagerado o quanto andei de bicicleta para escrever principalmente sobre o meu interesse em todas as coisas do Brasil, mas seria meio falso parecer que eu tivesse explorado essas cidades de bicicleta.
Como foi o convite e por que topou vir à Flip? Qual a sua expectativa para o festival? Pretende falar apenas de bicicleta, ou haverá espaço para música e para literatura? Há alguma chance de você cantar?
Acho que o pessoal da Flip soube que eu estava fazendo esses eventos sobre bicicletas e cidades em outros países e que meu giro sul-americano pra fazer isso seria na mesma época do festival --o qual eu já conhecia, claro--, então perguntaram se eu tinha como levar isso para a Flip.
É meio inusual --não vou ler meu livro e hesito em chamá-lo de literatura--, mas deve haver debate e troca de ideias. Não é ruim misturar disciplinas, juntá-las um pouco. Não acho que vou cantar em nenhum momento, exceto no chuveiro.
Li que em toda viagem você leva uma bicicleta dobrável. Levará uma a Paraty?
Não, as companhias aéreas estão muito rigorosas. Mas com sorte consigo alugar uma e dar umas voltas pelo litoral.
Mas você sabia que Paraty é uma cidade histórica cujo centro é pavimentado com pedras que não convidam a pedalar?
Mas é uma cidade pequena, então caminhar será legal.
Depois da Flip você participará em São Paulo de uma conferência sobre bicicletas e urbanismo [um fórum no Sesc Pinheiros no dia 12]. Poderia dar mais detalhes a respeito?
O evento de São Paulo será mais típico. Um evento como esses inclui um representante do governo municipal, um [órgão] ativista local de novas formas de transporte, um historiador ou urbanista e eu. Cada um faz uma apresentação curta e então abre-se para perguntas e respostas. A maioria das perguntas normalmente são dirigidas à pessoa da prefeitura (que em alguns casos é o prefeito), o que é bom, pois mostra que o público está mais interessado em melhorar sua própria situação do que comigo.
São Paulo acaba de atingir a marca de 7 milhões de veículos e conta, segundo dados de entidades do setor, com apenas 57 km de vias para bicicletas, boa parte delas dentro de parques. O que você sabe sobre a cidade em relação a isso e como vê a situação?
A cidade é enorme, se espalha por toda parte, então ir de um lugar a outro de bicicleta não é realmente possível. Talvez seja possível com uma combinação entre trem e bicicleta (se os trens tiverem espaço para bicicletas)... E, se algumas pessoas trabalharem ou tiverem vida social relativamente perto de suas casas, então fica relativamente fácil fazer redes locais.
Embora as ciclovias em parques sejam maravilhosas --eu as uso aqui [em Nova York] para cruzar a cidade sem pegar muito trânsito--, não resolvem a questão do transporte público.
Tendo a ver as bicicletas como um meio de locomoção, como parte de uma rede de transporte (trens, ônibus, troles), e não em primeiro lugar como forma de diversão, esporte ou exercício. Fazer mountain bike ou ciclismo é legal, assim como pedalar aos domingos no parque, mas essas atividades tendem a ser encaradas como algo à parte de nossa vida, sem estarem integradas à nossa rotina diária.
Você cita no livro que o tráfego de bicicletas em Nova York cresceu 35% entre 2007 e 2008. O que é preciso para uma cidade alcançar isso?
Não sou especialista nessas estatísticas --algumas ciclovias estavam surgindo naquela época, mas muitas mais ainda não saíram--, então não tenho certeza. Eu desconfio que era o zeitgeist.
Você viu o vídeo em que um motorista atropela um grupo de ciclistas em Porto Alegre em fevereiro? O que acha dessas coisas?
Sim, eu vi isso. E também houve casos em que a polícia de NY tratou ciclistas desse jeito. Há aí muita raiva. Eu mesmo me irrito com ciclistas que não param no sinal, que competem desrespeitosamente com pedestres ou que pedalam na direção errada. Mas nem por isso eu os atropelo!
No livro você critica os projetos de Le Corbusier para cidades em meio a uma rede de vias expressas. O que acha de Brasília (e de Niemeyer e Lúcio Costa) nesse aspecto?
Bem, embora Nimeyer tenha projetado prédios bonitos e espetaculares, me parece que Brasília não é uma cidade que socialize as ruas --pelo menos não na área planejada que eles criaram. Le Corbusier tem a famosa frase: "Temos de matar a rua". Esses arquitetos odiavam o caos das ruas, a falta de ordem --mas há nisso vida e criatividade também. Uma rua viva é como um recife de coral --há todo tipo de coisa acontecendo ao mesmo tempo, há ordem, mas não uma ordem imposta. Em vez disso, há uma ordem emergente, que surge naturalmente da interação dos seus habitantes.
No final dos "Diários de Bicicleta" você menciona a influência de "Verdade Tropical", de Caetano Veloso, para seu livro. Poderia explicar melhor?
O livro de Caetano, com seus muitos desvios e digressões, e o de WG Sebald ("Os anéis de Saturno" [também citado]) --que usa um passeio pelo interior da Inglaterra como um fio ligando um monte de estórias à história--, foram inspiração e modelos para o que eu esperava que meu livro pudesse ser. Senti que seguir uma linha de pensamento, de interesse e curiosidade, pode ser semelhante a como nós descobrimos o mundo em nossas vidas, e embora as conexões racionais não sejam sempre claras, o caminho ainda pode soar natural e familiar.
Como a sua experiência de ciclista influencia seu trabalho artístico?
Não muito, embora a experiência [de pedalar] signifique que eu posso parar e o olhar para alguma coisa, alguém ou algum lugar sempre que eu quiser. Eu às vezes então tiro uma foto --que não é propriamente arte, mas uma forma de anotação visual.
Quais os seus atuais trabalhos artísticos/musicais? Tem planos de tocar ou exibir algum trabalho no Brasil?
Gostaria de ter levado minha última turnê ao Brasil. A crise econômica impediu. Bem, tentarei na próxima. No momento trabalho em outro livro, desta vez sobre música. Também estou trabalhando numa espécie de musical sobre Imelda Marcos [ex-primeira-dama das Filipinas] e a revolta popular que removeu os Marcos do poder. Deve demorar um ano até terminar, mas começamos uma oficina amanhã. Bem excitante.
Você revigorou Tom Zé e ajudou a revalorizar os "Mutantes". Que artistas brasileiros atuais lhe agradam? Pensa em lançar algum deles?
Deixei para Yale Evelev continuar com o selo que comecei [Luaka Bop]. Não sei dos planos dele em relação a artistas brasileiros.
Lenine, Tiê, Tulipa, Céu, Fino Coletivo, Cidadão Instigado... Há muita coisa que gosto entre o que ouvi recentemente!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Projeto


Viva a Roda

“O transporte urbano tem a ver não somente com a locomoção das pessoas e dos bens para dentro, para fora e através da cidade, mas também com a organização espacial de todas as atividades humanas dentro dela.” (Dyckman, 1965)

A Bicicleta como uma alternativa sustentável de locomoção: justificativa

As cidades abrigarão, até o final deste ano, 50,5% da população mundial. Serão cerca de 3,5 bilhões de pessoas se locomovendo todos os dias para uma infinidade de atividades urbanas cotidianas.  Nas discussões sobre a mobilidade urbana, a bicicleta emerge como ponto central na elaboração de alternativas sustentáveis. Apresenta baixo custo de aquisição e manutenção, eficiência energética e baixa perturbação ambiental. Além de flexibilidade e rapidez no transporte, reduz o nível de ruído no sistema viário e propicia maior equidade na apropriação do espaço urbano destinado à circulação. Ao apropriar-se de maneira mais agradável, saudável e limpa dos espaços públicos, aumenta a qualidade de vida dos habitantes, na medida em que gera um padrão de tráfego mais calmo.

Além dos aspectos técnicos supracitados, a bicicleta apresenta aspectos filosóficos que a tornam um elemento de contestação frente à hegemonia do transporte motorizado e à degradação ambiental. Por natureza é um meio de transporte que proporciona um maior contato com o ambiente, expandindo o horizonte urbano para além dos pára-brisas. Em suma, torna a utopia de uma cidade sustentável algo um pouco mais possível.

Diante desse contexto, pretende-se gerar uma vivência prática na qual a bicicleta é um modo de locomoção viável não só para as cidades, mas também para longas viagens. A proposta é percorrer um circuito, partindo de Paris, passando pela Europa, Europa do Leste, Cáucaso, Ásia e retornando a Paris novamente. Uma viagem que começa e termina na porta de casa.

Motivações

Estamos em um momento crítico do desenvolvimento da humanidade, em que os recursos naturais estão sendo cada vez mais consumidos de maneira irreversível e irresponsável. Em função destes desequilíbrios, da diferença de acesso aos mais variados recursos e a sua escassez, a relação entre os povos, muitas vezes, tem se tornando distante e conflituosa.

Ao traçar o itinerário, optou-se por explorar percursos e distâncias que dessem oportunidade de vivenciar e se relacionar com as mais diversas culturas e costumes. Parte-se da Europa Ocidental em direção aos países do antigo bloco soviético, da região do Cáucaso e da Ásia.

É importante ressaltar que quando se viaja de bicicleta o contato com outros seres humanos não se dá apenas pelo interesse de um intercâmbio cultural, mas chega a ser mesmo uma necessidade. Em uma viagem de bicicleta se está exposto, vulnerável e disponível. É necessário fazer contato, tanto para suprir necessidades essenciais como água para beber, quanto pelo prazer de conversar, conhecer e trocar experiências.

Assim, a bicicleta será o meio de locomoção da viagem, mas também sua principal motivação. Diferentemente de meios de transporte motorizados, a velocidade da bicicleta é suficientemente grande para percorrer longas distâncias e ao mesmo tempo suficientemente baixa para realmente observar e vivenciar o trajeto. Percorrer aproximadamente 13 000 km será um meio de propagar a bicicleta como meio de transporte viável para viagens de longa duração e realmente experienciar todos os metros percorridos. A partir dessas premissas, resume-se no item seguinte, o Objetivo Geral e os Objetivos Específicos deste projeto.

Objetivo Geral

Promover o uso da bicicleta como meio de transporte saudável, democrático, inclusivo e de baixo impacto ambiental, mesmo para viagens de longa duração.

Objetivos Específicos

- Conhecer e relacionar-se com outras culturas, promovendo um grande intercâmbio cultural.
- Documentar o trajeto por meio de fotos, vídeos e textos e compartilhá-los em um blog (bilíngüe – português e francês) freqüentemente atualizado com informações dos locais visitados e relatos da viagem.
- Alimentar-se com produtos locais e sustentáveis, mantendo uma coerência com os princípios de sustentabilidade e com a proposta de vivenciar profundamente as culturas dos países e regiões visitadas.


O Itinerário e como percorrê-lo

Pretende-se passar por vinte e um países, cobrindo uma distância aproximada de 13000 km, em sete meses. A partida inicialmente está prevista para Agosto de 2011 e a volta a Paris para Março de 2012.

O itinerário abaixo será percorrido em uma média de 70 km por dia, levando em conta os dias de descanso. Nas paradas deve-se usar uma barraca, montada em lugares estratégicos como postos de pedágio, de combustível, postos policiais ou propriedades particulares sob autorização prévia. Em grandes cidades, procurarei pernoitar em campings ou pequenas pousadas.

A alimentação será a mais autônoma possível, procurando uma alimentação com produtos naturais e locais e dispondo de equipamentos que possibilitem cozinhar as refeições diárias.

Durante a viagem passarei pelo e verão e pelo inverno, e por isso estou tomando os devidos cuidados para minha segurança. Tenho um seguro de saúde que cobre todos os países que passarei, estarei em boa forma física devido ao pedal diário e levarei equipamentos de qualidade (barraca, saco de dormir, roupas) próprios para tais condições.

Regiões
Países
Cronograma
Europa Ocidental (ida)
França, Bélgica, Alemanha
Agosto 2011
Europa do Leste (ida)
República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária
Agosto, Setembro e Outubro 2011
Mar Negro
Travessia de balsa
Outubro 2011
Cáucaso
Geórgia, Armênia
Outubro, Novembro 2011  
Ásia
Irã, Turquia
Dezembro 2011, Janeiro 2012
Europa do Leste (volta)
Grécia, Albânia, Montenegro, Bósnia Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Áustria

Janeiro, Fevereiro 2012

Europa Ocidental (volta)
Itália, França
Fevereiro, Março 2012

Blog

O blog será a ferramenta essencial de comunicação da minha viagem. Por meio dele que farei os diversos relatos sobre a minha viagem, ou seja, será onde vou passar todas as informações referentes ao o que estou experenciando, conhecendo, como é uma viagem de bicicleta, entre outros. Ele poderá passar por períodos de interrupções, já que não encontrarei internet disponível em todos os locais, mas será atualizado constantemente.

O Viajante

Meu nome é Tomaz Morgado Françozo tenho 21 anos. Nasci e morei toda minha vida na cidade de São Paulo, Brasil, uma megalópole que possui cerca de 19 milhões de habitantes que utilizam principalmente o carro como meio de locomoção. A cidade de São Paulo tem hoje uma frota de mais cinco milhões de automóveis e todos seus moradores enfrentam cotidianamente o desumano e absurdo trânsito da cidade.

Diante dessa situação, resolvi adotar a bicicleta como meio de locomoção e desde que comecei a utiliza-la, percebi sua vantagens e benefícios. Por isso engajei-me em diversos  movimentos a favor do uso de bicicleta, como a Massa Crítica e dentro da minha universidade também promovo ações nesse sentido.

Estou no terceiro ano do curso de Relações Internacionais da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo. No momento estou fazendo um semestre de estudos na Université Ouest Nanterre La Défense (Paris 10), onde continuo a utilizar a bicicleta diariamente, pedalando ao menos 30 km por dia. Optei por esse intercâmbio por acreditar que na minha área profissional, a experiência pessoal com outras culturas e com a diversidade urbana, é tão importante quanto o aprendizado intelectual. Experiência na qual eu espero que proporcionará autoconhecimento, a busca por melhores relações interpessoais e o respeito às diferenças individuais, sociais e culturais.

Orçamento

O orçamento a seguir é aproximado, já que o custo de vida durante a viagem vai variar muito de país para país e o tempo da viagem também não é exato.

Equipamentos: camping, cozinha, ferramentas, peças sobressalentes, roupas
500 euros
Custo Viagem – um calculo de 13 euros por dia, durante 230 dias
2990 euros
Vistos
400 euros
Seguro saúde
200 euros
Reserva técnica – reserva para qualquer tipo de imprevisto
400 euros
Custo total
4490 euros

Formas de viabilizar o projeto:

1 - Contato com fabricantes: Giant e Decathlon
2 - Programa de incentivo a viagens do Governo Francês.
3 - Reservas pessoais

Campanha “Adote um Dia”

Campanha “Adote um Dia” está baseada na idéia do ativismo individual, em que pessoas físicas apóiam o projeto, pessoas que compartilham as mesma idéias do projeto e do realizador, que é extremamente viável devido a internet e suas diversas formas de compartilhamento. Hoje, é possível intervir na realidade de formas coletivas ou individuais, e essa campanha abre a possibilidade de uma ação individual concreta. As pessoas que adotarem um ou diversos dias terão seu nome citado no blog.



Referências Bibliográficas

- DETRAN-SP - http://www.detran.sp.gov.br/frota/frota.asp
- DYCKMAN, John W., Transportation in Cities. Scientific American, setembro, 1965.
- BRASIL. Ministério das Cidades (2007) – “PlanMob: construindo a cidade sustentável” – Caderno de Referências para Elaboração de Plano de Mobilidade Urbana. Brasília: Ministério das Cidades, 2007.
- PlanMob – Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade Urbana
- Projeto conexão sul 2010 - http://conexaosul2010.wordpress.com/page/4/
- ROCHA, A.C.B., Frota, C.D., Tridapalli, J.P., Kuwahara, N., Peixoto, T.F.A., Balassiano, R., (2006), Gerenciamento da Mobilidade: Experiências em Bogotá, Londres e Alternativas Pós-Modernas, Pluris 2006 – Congresso Luso Brasileiro para o planejamento urbano, regional, integrado e sustentável, Portugal.

Le Projet

Vive la Roue

‘‘ Le transport urbain a à avoir non seulement avec la locomotion des personnes et des bénéfices dedans, à travers et hors la ville, mais aussi avec l'organisation spatiale de toutes les activités humaines en son noyau.’’(Dyckman, 1965)

Le vélo comme transport alternatif durable : justificatif

Les Villes vont héberger le 50,5% de la population mondiale à la fin de cette année. Ce chiffre représente presque 3,5 milliards de personnes qui se déplacent tous les jours pour aller au travail, à l’école, au marché, à la boulangerie et à une infinitude d’activités urbaines formant partie du quotidien. Dans les discussions sur la mobilité urbaine, le vélo apparaît comme le point central dans l’élaboration de plans de mobilité urbaine durable. Le vélo a un faible coût d'acquisition et de maintenance, l'efficacité énergétique et à faible perturbation de l'environnement. De plus il offre flexibilité et vitesse sur les trajets courts ; réduit le niveau de bruit dans le réseau routier; offre une plus grande équité dans l'utilisation de l'espace urbain pour le mouvement. Ainsi, il augmente la qualité de vie des résidents, car il génère un modèle plus calme de trafic urbain.
Au-delà des aspects techniques mentionnées ci-dessus, le vélo a aussi des aspects philosophiques qui font de celle-ci un élément de défense face à l'hégémonie des transports motorisés et de la société de consommation qui entraîne la dégradation de l'environnement. Ce moyen de transport permet un contact plus étroit avec le milieu, le sens de la liberté et l'intégration avec l'environnement, il brise les liens du transport motorisé en élargissant l'horizon urbain au-delà du pare-brise. En bref, il rend l'utopie d'une ville durable quelque chose d’un peu plus possible.
 Étant donné un tel contexte j'ai l'intention de prouver que le vélo est un mode viable de déplacement pour les villes, et les longs trajets, par un circuit qui commencerait et finirait dans la même ville : Paris, où j’habite dans ce moment. L’itinéraire à travers des pays de l’Europe, Europe de l’Est, Caucase et Asie, pour afin revenir en Europe Orientale et rentrer de nouveau à Paris, autrement dit, commencer et finir dans le même point exact : à la porte de mon immeuble.

Motivations

Nous sommes à un moment critique du développement de l'humanité, où les ressources naturelles sont de plus en plus exploitées de façon irréversible et irresponsable. Nous sommes à un moment critique du développement de l'humanité, dans laquelle les ressources naturelles sont de plus en plus consommée de façon irréversible et irresponsable. En raison de ces déséquilibres, de la différence dans l'accès à une grande diversité de ressources et de leur rareté, la relation entre les peuples est souvent devenue éloignées et conflictuelle.
En retraçant l'itinéraire que j'ai choisi d'explorer les trajets et les distances qui permetentaint l'occasion de découvrir et d'interagir avec les différentes cultures et coutumes. Je vais partir de l'Europe occidentale vers les anciens pays du bloc soviétique, le Caucase et en Asie.

C'est important de mettre en évidence que quand nous sommes dans un voyage à vélo, le contact et la relation avec d’autres êtres humains est bien plus profonde que l’intérêt seul de connaître les autres, cela devient une nécessite, la nécessité d’interagir avec les autres. Dans ce genre de voyage nous sommes beaucoup plus exposés, vulnérables et disponibles ; donc, il faut faire connaissance de personnes tout simplement pour couvrir des besoins primaires, tels que le besoin de boire de l'eau, celui de discuter pour le plaisir, celui de connaître et d’échanger des expériences.
Le vélo sera le principal moyen de locomotion du voyage, mais aussi la cause de celui-ci. Le vélo, contrairement à la voiture, au train ou l’autobus, a la capacité de vous donner un sentiment de liberté où l’idée de passage et l’idée de séjour se mélangent. C'est parce que la vitesse du vélo est assez puissante pour parcourir de longues distances et au même temps suffisamment faible pour pouvoir réellement observer et expérimenter le chemin. Étaient donne ces suppositions dans l'article suivant est résumée l'objectif général et les objectifs spécifiques de ce projet. 

Objectif Général

- Promouvoir l'utilisation du vélo comme un moyen de transport sain, démocratique, inclusif et qui a un faible impact sur l'environnement, même sur les longs trajets.

Objectifs spécifiques

- Connaître et avoir une relation avec autres cultures, favorisant ainsi un échange culturel important.
- Documenter et partager le voyage à travers des photos, des vidéos et des textes, ainsi qu’à travers un blog (bilingue – français et portugais) fréquemment mis à jour avec les informations provenant des sites visités et le déroulement du voyage.
- Développer dans le voyage un régime végétarien, consumant de produits locaux et durables tout en maintenant la cohérence avec le principe de durabilité qui englobe toute l'idée du voyage.

 Itinéraire et comme le suivre
 
Je vais passer par vingt et un pays, couvrant une distance de 13000 km en sept mois. Le départ est prévu pour août 2011 et revient à Paris en mars 2012
Je vais pédaler une moyenne de 70 km par jour (en tenant compte les jours de repos). Je dormirai essentiellement dans une tente montée dans des endroits stratégiques tels que des cabines de péage et des station-service, des postes de police ou de la propriété privée en vertu de l'autorisation préalable. Dans les grandes villes, resterai dans les campings ou les petites auberges.
La nourriture sera le plus autonome possible je chercherai toujours à me nourrir avec des produits naturels et originels des endroits que je traverserai. Je vais apporter un réchaud et casseroles, de sorte que je pusse préparer mes repas quotidiens.
Pendant le voyage je vais prendre l'hiver et l'été, alors je prends soin de ma sécurité. J'ai une assurance maladie qui couvre tous les pays de ma route, je vais être en bonne forme physique en raison de la pédale de tous les jours et je vais emmener un équipement de qualité (tente, sac de couchage, vêtements) approprié pour ces conditions.
Régions
Pays
Calendrier
Europe occidentale (aller)
France, Belgique, Allemagne
Août 2011

Europe de l'Est (aller)
République tchèque, Slovaquie, Hongrie, Roumanie, Bulgarie
Août, Septembre et Octobre 2011

Mer Noire
Traversée en ferry
Octobre 2011
Ásia
Iran, Turquie
Décembre 2011, Janvier 2012


Europe de l'Est (retour)
Grèce, Albanie, Monténégro, Bosnie-Herzégovine, Croatie, Slovénie, Autriche

Janvier, Février 2012

Europe occidentale (retour)
Italie, France
Février, Mars 2012

Blog

Le blog sera l'instrument essentiel de communication de mon voyage. À travers lui, je ferai des divers récits de mon voyage, autrement dit serais où je vais passer toutes les informations relatives à ce que je connais, comme c'est un voyage à vélo, entre autres. Il peut passer par des périodes d'interruption, puisque ne trouverais pas accès à internet dans tous les endroits, mais il sera constamment mis à jour.

Le Voyageur

Je m'appelle Tomaz Morgado Françozo, j'ai 21 ans. Je suis né et j'ai habité toute ma vie à São Paulo, au Brésil, une mégalopole qui compte environ 19 millions d'habitants qui utilisent surtout la voiture comme un moyen de locomotion. São Paulo a maintenant une flotte de plus de cinq millions des voitures, fait qui est évident à tous les résidents de la ville qui affrontent les embouteillages inhumaines et absurdes tous les jours.
Compte tenu de cette situation, j'ai décidé d'adopter la bicyclette comme moyen de locomotion quotidien, une alternative à la mode hégémonique de la locomotion. Une fois que j'ai commencé à utiliser le vélo, je me suis rendu compte de ses nombreux avantages et bénéfices, alors je me suis engagé de diverses manières autour de cette cause. Dans ma ville natale, je participe à des mouvements qui semblent favoriser l’utilisation du vélo comme un moyen de transport, comme la Masse Critique, et dans mon université je promeus également les actions dans ce sens.

J'étudie des relations internationales et je suis dans ma troisième année d'université. En ce moment je fais un semestre d'études à l’Université Ouest Nanterre La Défense (Paris X), où je continue à utiliser le vélo comme moyen de locomotion et je fais au moins 30 km par jour. J'ai opté pour cet échange et ce voyage parce que je crois que dans mon domaine professionnel, l'expérience personnelle avec d'autres cultures et la diversité urbaine est aussi important que l'apprentissage intellectuel. Expérience dont j'espère aussi une introspection personnelle, la quête pour des meilleures relations interpersonnelles et du respect pour les différences individuelles, sociales et culturels.

Budget

Cela c’est un budget approximatif, parce que c’est impossible de déterminer l’argent que je vais dépense pendant mon voyage en tenant compte que je vais passer par différents pays et que le temps prévu pour le voyage n’est pas précis.

Équipements : camping, la cuisine, outils, pièces de rechange, vêtements
500 euros
Coût Voyage - un calcul de 13 euros par jour pour 230 jours
2990 euros
Visas
400 euros
Assurance maladie
200 euros
Réserve technique - réserve pour quelque imprévus
400 euros
Coût total
4490 euros

Façons de viabiliser le projet : 

1 - Contact avec les fabricants : Giant et Décathlon
2 - Le programme d'encouragement des voyages du gouvernement français.
3 - Réserves personnels 

Campagne "Adopter un Jour"

Campagne "Adopter un Jour" est basé sur l'idée de l'activisme individuel, dans lequel les individus soutiennent le projet, les personnes qui partagent les mêmes idées du réalisateur du projet, qui est très faisable grâce à l'Internet et ses diverses formes de partage. Aujourd'hui, c'est possible d'intervenir dans la réalité des formes collectives ou individuelles et cette campagne ouvre la possibilité d'une action concrète individuelle. Les gens qui adoptent un ou plusieurs jours auront leur nom mentionné dans le blog.

 Références Bibliographiques

- DETRAN-SP - http://www.detran.sp.gov.br/frota/frota.asp
DYCKMAN, John W., Transportation in Cities. Scientific American, setembro, 1965.
- BRASIL. Ministério das Cidades (2007) – “PlanMob: construindo a cidade sustentável” – Caderno de Referências para Elaboração de Plano de Mobilidade Urbana. Brasília: Ministério das Cidades, 2007.
- PlanMob – Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade Urbana
- Projeto conexão sul 2010 - http://conexaosul2010.wordpress.com/page/4/
- ROCHA, A.C.B., Frota, C.D., Tridapalli, J.P., Kuwahara, N., Peixoto, T.F.A., Balassiano, R., (2006), Gerenciamento da Mobilidade: Experiências em Bogotá, Londres e Alternativas Pós-Modernas, Pluris 2006 – Congresso Luso Brasileiro para o planejamento urbano, regional, integrado e sustentável, Portugal.